É preciso que a Psicologia busque se aprofundar naquilo que é caracteristicamente humano. Do contrário ela não poderá contribuir no diálogo dos que buscam saídas verdadeiras para os problemas pessoais e sociais que enfrentamos em nosso mundo conturbado. É preciso que ela se debruce sobre os sonhos que alimentamos em nosso íntimo, sobre nosso desejo de uma vida mais digna, sobre o sentido que queremos dar às nossas vidas, sobre as formas como podemos, de verdade, dar andamento às nossas mais legítimas aspirações. E isso não apenas em termos individuais, mas, também, em termos da comunidade que constituímos, entre nós humanos e com a natureza, mãe que nos rodeia. Este livro procura resgatar para a Psicologia - como estudo e prática de desenvolvimento da pessoa humana - aquilo que nos vem da tradição humanista. Procura o sentido que pode ter o humanismo para a Psicologia (capítulo 1), e os fundamentos desse sentido numa fenomenologia da fala e do silêncio (capítulo 2). Busca aplicar, em seguida, o que foi aí levantado ao campo da pesquisa do humano (capítulos 3, 4 e 6), à psicoterapia (capítulos 5 e 7), à construção de uma psicologia popular (capítulo 8), e ao esforço de construir uma comunidade verdadeiramente humana (capítulo 9).