Durante cinco anos Gustavo Lacerda fotografou cerca de 50 albinos. O resultado é este livro que reúne 35 imagens feitas no estúdio do artista, em São Paulo, e também no Rio de Janeiro e no Maranhão, em lugarejos próximos à ilha de Lençóis, conhecida pela alta concentração de albinos. O leitor também pode manusear uma carta, na qual a mãe de duas irmãs gêmeas conta sobre a experiência ao perceber que as filhas eram albinas. O fotógrafo fez o oposto do esperado por um artista contemporâneo, quando o óbvio seria fotografar cada pessoa em seu ambiente natural. Ele se deu conta que, ao convidá-los para um ambiente formal de estúdio, ele lidaria com a autoestima, já que eram pessoas que normalmente não vivem a posição de protagonistas. Daí a opção por intervir nos figurinos, nos cabelos, na maquiagem e nos fundos de tecido cenográfico. Além de oferecer mais controle estético, a produção tornou o momento especial para eles, aflorando sentimentos que mesclam orgulho e vaidade, desconforto e incômodo.