A narrativa literária é a recriação da realidade mediante a utilização do imaginário, respeitando os limites da verossimilhança, ou seja, daquilo que é viável acontecer. De resto, permite-se, no gênero narrativo, a aplicação do ditado popular que diz: Quem conta um conto aumenta um ponto. O gênero da literatura fantástica talvez seja a única exceção a essa regra. Uma das grandes exigências dessa forma de literatura é manter o equilíbrio entre o verossímil e o imaginário. Em Travessuras do Inconsciente, Izabel Eri Camargo o consegue em sua plenitude. Cativar o leitor, mantendo-o preso ao desenrolar dos acontecimentos, é outra qualidade indispensável no gênero narrativo, e, de novo, o leitor envolve-se por completo nesta narrativa, do início ao fim. Há mais ingredientes importantes que tornam boas as narrativas, alguns tradicionais, como densidade e emoção, e outros que compõem o espírito da época, como objetividade, concisão e clareza, exigências do ser humano de hoje, carente de tempo. Se você procura um romance com essas qualidades, fique com este, e faça uma viagem rápida e envolvente entre corações humanos. Paulo Flávio Ledur, Professor e editor.