O Partido Social-democrata alemão, fundado em 1875 cuja base consistia em um sólido e amplo movimento sindical operário, e que tinha na teoria social de K. Marx e F. Engels sua inspiração, representava o que havia de mais avançado na organização dos trabalhadores tanto em termos teóricos quanto organizativos. Entre seus dirigentes figuravam Karl Kautsky, August Bebel e Eduard Bernstein, que mantinham estreita relação com Marx e Engels. É nessas fileiras que Rosa Luxemburgo travará sua militância política e teórica. Na última década do século XIX, Eduard Bernstein expressando a posição política de parte da direção da social-democracia acabara de publicar uma série de artigos refutando explicitamente as premissas básicas do marxismo. Defendia que a revolução era desnecessária, pois se poderia chegar ao socialismo através de reformas graduais do capitalismo, com a multiplicação de cooperativas de produção e consumo, o aumento dopoder sindical e a ampliação da democracia parlamentar. A social-democracia, dizia Bernstein, devia deixar de ser o partido da revolução social, tornando-se o partido da reforma social. Isso era a expressão teórica de um movimento de integração do partido à ordem capitalista. Coube à Rosa Luxemburgo enfrentar o debate este debate em uma série de artigos que resultaram no livro Reforma ou revolução, cuja primeira edição é de 1900. Neles a revolucionária demonstra retomando os elementos centrais da crítica da Economia Política a necessidade da ruptura revolucionária para se instaurar o socialismo. Apesar do impacto deste livro, a social-democracia alemã adere às posições de Bernstein abandonando a perspectiva de transformação radical das estruturas sociais. Em desacordo com essas posições e recuperando o legado revolucionário de Marx e Engels, Rosa Luxemburgo juntamente com outros militantes, entre os quais Karl Liebknecht, buscam construir uma nova organização dos trabalhadores que tenha como objetivo a revolução social.