Tomas Tranströmer, poeta sueco, recebeu o Nobel da Literatura, foi-lhe atribuído em 2011, porque «através das suas imagens condensadas e translúcidas permite-nos o acesso à realidade». Conta mais de uma quinzena de títulos, sendo os temas predominantes o caráter efémero da vida, o diálogo com as recordações e o memento mori. «Praticamente todos os textos começam em registo quotidiano, vívido, perceptível. Em muitos sugere-se, inclusive, um determinado "sobressalto" que desencadeia uma percepção diferente das coisas. E são-nos dadas as ocasiões desse sobressalto, divagações numa cama de hotel, visitas a museus, artefactos africanos, episódios históricos, obsessões geográficas, trechos musicais, os tormentos de Turner ou Gogol, o bulício de uma cidade, bátegas de água, funerais. Mas as ocasiões estão desligadas de qualquer menção autobiográfica explícita. [...] Em textos que vão da prosa quase narrativa ao haiku, mas que privilegiam o poema curto e conciso, Tranströmer pratica um humanismo modesto, sugestivo e irónico, como quando diz que a verdade está ao nosso alcance, no chão, assim quiséssemos pegar numa coisa caída por terra .»