"Uma das suas principais afirmações a respeito da possibilidade de uma interação frutífera entre a psicologia e a medicina apareceu em 1929 no artigo “A Psicologia e a Clínica”. Neste, Alexander Romanovich Luria revia a psicologia contemporânea, incluindo não só o trabalho de Pavlov sobre as neuroses experimentais, e seu próprio trabalho, com o método motor combinado, mas também de europeus como Jung, Freud e Adler sobre os distúrbios psicogênicos, de Binet acerca da psicologia diferencial, e de Piaget sobre o desenvolvimento do pensamento. Uma de suas mensagens centrais era a possibilidade de utilização de métodos clínicos para a realização de pesquisa científica sobre o comportamento humano. Assim, ao mesmo tempo em que duvidava das possibilidades terapêuticas dos psicoterapeutas ou da base das teorias alternativas da personalidade, ele via nos ataques feitos aos métodos clássicos e laboratório um movimento comum e sadio em direção a uma psicologia que seria ao mesmo tempo científica e relevante para a prática médica: “Pouco a pouco a psicologia abstrata e estatística de Wundt tem renascido de maneira fundamental; aproximou-se das tarefas concretas da vida e, por vontade própria ou não, começou a superar a natureza mecanicista das ciências naturais anteriores. Com o novo conteúdo, vieram novos princípios e um novo método”."