Neste livro, Elaine Amorim discute a centralidade da terceirização na reestruturação produtiva da indústria de confecção a partir da década de 1990 e os impactos desse processo sobre a força de trabalho feminina. Para isso, analisa pequenas, médias e grandes empresas localizadas na macrorregião de Campinas e São Paulo. A autora mostra que houve uma revitalização das formas de subcontratação e a criação de novas modalidades, como é o caso das cooperativas de trabalho, que representaram uma alternativa ainda mais eficaz de redução de custos. O foco da análise é a reestruturação realizada pela Levi Strauss do Brasil, que fechou a sua unidade produtiva, externalizou a sua produção para uma cooperativa implantada exclusivamente para confeccionar os seus artigos e para a qual encaminhou as suas ex-funcionárias. A autora explica que o "cooperativismo" praticado concretizou-se para as trabalhadoras como uma forma de assalariamento disfarçado, repleta de ações e comportamentos despóticos.