"O diálogo filosófico só vivifica o pensamento quando transcende a leitura e a mera repetição do que é lido enquanto um gesto de apreensão de uma verdade solidificada, expressa e fixada no registro escrito. Não é a fala ou a escrita que porta a verdade, mas a atitude viva, o movimento dialético do pensamento que ascende da sensibilidade, incorpora-se no discurso e se realiza no gesto final da contemplação da realidade. A Filosofia é sempre tarefa a fazer, inquietação viva, e nunca o resultado registrado e em repouso, de atos de pensamento congelados em uma obra como produto finalizado. Por isso, a Filosofia não se define pelo já pensado como tal, mas por aquilo que suscita e permite pensar. A palavra, o diálogo, o debate, prestam-se a provocar a dúvida, o descontentamento com o que se sabe; podem despertar o desejo do aprendente, mover a sua vontade na direção da superação dos obstáculos que se interpõem no caminho de uma autêntica formação. [...]