Elena extraviada. Assim diz um poema que li por aqui. Assim mesmo, sem o H (que de nada furta o som), do pós-nome de batismo e com uma dose extra por ser viada. Cabe dizer que queria ser remetida, enviada. Mas sua dose extra acabou excedendo o gênero. Desses praticados atualmente, que se excedem por ser mulher. O simples e tão complexo fato de uma origem que lhe faz Indecente, Saudosa, Miúda, e tantas outras denominações de uma carpintaria que precisou fugir ao seio, do peito que pensou palavras. O extravio se deu. Ei-lo nas linhas que se seguem, dando rumo a uma interiorização comovente do exercício diário de parir sonhos e letras. Quem dera eu pudesse sentir essa quietude entrelaçada. Quem dera pudesse pulsar no turbilhão de sua escrita. Quem dera poder me extraviar em gênero pra colher o fruto proibido do exercício de poetizar. Helena chegou. Sem se perder pelo caminho. Enviada de forma extra, com grande zelo pelas formas que desenharam suas mãos. [...]