O notável avanço nas várias áreas do conhecimento produz um estresse de informações sem precedentes. O ministério pastoral não está alheio à avalanche de idéias que a cada dia são produzidas e alçadas à condição de a verdade definitiva sobre alguma coisa. No intuito de poder corresponder às demandas do ministério, pastores são intimados a conhecer a sociologia, a história, a psicologia para melhor fundamentar sua prática. Apesar da inegável validade de uma formação multidisciplinar, Eugene Peterson , considerado por muitos o "pastor dos pastores", chama à atenção para o outro lado dessa moeda: o conhecimento bíblico na prática pastoral está perdendo espaço para outras fontes de conhecimento. Longe de possuir uma mensagem saudosista e retrógrada, O pastor que Deus usa é o esforço para permanecer em contato com a vitalidade do bom trabalho pastoral tão evidente no material bíblico, para depois colocá-la em uso no presente. Peterson resgata a sabedoria contida em cinco livros do antigo testamento (Cântico dos Cânticos, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester) para apresentar cinco pilares essenciais ao bom exercício do pastorado. Não se trata, portanto, de tentar encaixar a vida pastoral moderna em um molde antigo a fim de dar-lhe um formato bíblico. Ao contrário, como singular biblista que é, Peterson se vale das Escrituras da mesma forma que Israel o fez vezes sem conta, meditando no seu significado e aplicando suas lições à realidade atual.