Este livro trata de um tema central para a formação da sociedade política no Brasil- a sociabilidade urbana propiciada pelas irmandades religiosas e corporações de ofícios. Pode-se dizer que a ênfase da maior parte de nossa historiografia e dos ensaios conhecidos como retratos do Brasil é posta no protagonismo do Estado em relação à sociedade. No entanto, tivemos uma experiência colonial na qual, talvez em função da própria distância física do poder metropolitano, surgiram e medraram formas de solidariedade e de sociabilidade que em boa parte regulavam a vida urbana dos habitantes de vilas e cidades. Duas delas se destacaram, as irmandades religiosas e as corporações de ofícios. Tratava-se de organizações poderosas que regulavam a vida religiosa, social e econômica de seus membros.[...]