A inalienável aspiração humana à felicidade, à liberdade, à redenção, ao direito de existir sem outra justificativa senão a própria inviolabilidade e, ao mesmo tempo, a consciência desesperada de que essas aspirações permanecem inatingíveis: essa é a confissão tocante do escritor enfermo do mal de viver e que sempre sentiu atrair a dor como uma calamidade ainda que a nossa necessidade de consolação não seja a última obra de dagerman, ela aparece como um verdadeiro e próprio testamento espiritual, em que se lê nas entrelinhas, o motivo de seu silêncio final e de seu suicídioescravo do próprio nome e do próprio talento a ponto de não ter “a coragem de usá-lo por medo de tê-lo perdido