Esta é uma obra de ficção, mas talvez não! Os fatos relatados se desenrolaram durante o século XVI, período que conta com vasto registro documental e cujos conceitos, filosofia, crenças, costumes e descobertas científicas serviram de suporte à trama. A trajetória da jovem Mirta, vitimada pela opressão praticada pelo Estado, sociedade e Igreja renascentistas, é exemplo da subalternidade imposta a todas as mulheres, àquela altura, independentemente de classe social. A erudição da protagonista, alcançada no claustro do convento beneditino de Le Murate, em Florença, é o fio condutor de uma incomum história de resistência à privação e à depreciação. Mirta delle Murate inaugura a Coleção Thea, talhada com o fim de retirar da invisibilidade a contribuição feminina, negligenciada ao longo da história.