Criação radioativa Desde já este spoiler: o autor não degenera. Ao contrário, sai impoluto aos seus e aos que lhe aguçam a memória, o esquecimento e os sonhos. E cujo objetivo é atomizar a metáfora que mescla, arrojada e impunemente, finitude e angústia. Onde começa uma e termina a outra é blues! A criação pode tudo, sim! É radioativa. Romance, conto, poema, pode ser a criatura que vier. “Até um fósforo”. Mixagem de Bahia e São Paulo, preto-e-branco como se fora looping de filme, “Fibonacci Blues” alumia vida e estro até seu quântico ponto final. Eis, então, uma ciclópica vilegiatura textual fiel ao renomear a atávica insurreição dos cancelados pela cor, o sexo e os pés descalços. É quando o autor assume de vez o discurso para dizer: eu importo, a linguagem é fóssil, queima a cada leitura. Sylvio Back