Desde suas primeiras composições, a poesia de Carlos Edmundo de Ory se caracterizava pela lírica amorosa como fundamento de sua obra. Contudo, o amor não surgia em sua poética como elemento de dissolvição dos conflitos. Ao contrário, como esclarece o prefaciador deste volume, Jaume Pont, há sempre um olhar (ou, melhor ainda, um dizer, um sentir, um ver) que torna patentes as enormes contradições da natureza humana e a busca de um espírito criador que só se sacia com a intuição da máxima realidade possível. As dualidades desse autor estão evidentes em diversos poemas de Técnica e Pranto, aqui traduzidos pelo poeta Sérgio Alcides e publicados pela Alfa/Língua Geral, com apoio do Instituto Cervantes. O título desse volume é muito esclarece r do tom assumido por Carlos Edmundo de Ory, que sempre esteve ligado à construtividade da poesia moderna, mas sem abandonar a alta carga emocional tão característica do gênero lírico. Assim, o que se pode observar na obra deste autor é uma [...]