Para Jean-Paul Sartre, o homem é um ser-no-mundo, ou seja, um agente de sua própria existência no mundo, criando um novo campo de possibilidades para si mesmo a partir da sua experiência vivida nesse mundo de facticidades e contingências. Para Isabel Botelho, ele é um ser-que-dança-no-mundo, um corpo ou sujeito dançante, que cria movimentos e interage no mundo a partir de sua experiência vivida na dança, podendo causar impacto na escolha de seu projeto de ser. O fio condutor, tanto das performances quanto das obras dos professores e bailarinos entrevistados na pesquisa de Isabel, chama-se contato improvisação, uma concepção estética do movimento que detém características que, neste livro, são associadas à fenomenologia existencial sartriana, tornando-o um movimento expressivo baseado no autoconhecimento e na compreensão do outro. O contato improvisação busca desenvolver movimentos e preparar o corpo para diversas possibilidades artísticas, desfazendo fronteiras para o surgimento (...)