O estudo foi estruturado de forma brilhante e estratégica.Cuidou, em primeiro lugar, da misoginia patriarcal que tem reservado às mulheres, historicamente, papéis sociais subalternos,valendo-se do conceito de gênero, que, desde meados do século XX, tem sido poderoso instrumental para desvelar as intrincadas artimanhas do patriarcado na manutenção masculina no poder.A autora apresenta o feminismo enquanto movimento social, político e teórico fruto da tomada de consciência por parte dasmulheres enquanto coletivo humano subordinado, discriminado e oprimido pelo coletivo de homens no patriarcado.É a teoria feminista do direito que permite a compreensão do sexismo no direito, presente nas leis, na jurisprudência e na doutrina. Permite a compreensão da criminalização do aborto na sua relação com o controle patriarcal masculino da sexualidade e da reprodução das mulheres.