De um lado, uma conta milionária na Suíça, o seqüestro e posterior explosão de um avião Jumbo por terroristas bascos e a agitação do festival de teatro estudantil na cidade francesa de Avignon. Do outro, os contrastes da cidade do Rio de Janeiro, o império nababesco da Avenida Vieira Souto, com seus apartamentos milionários, e a pobreza das favelas, dominadas pelos traficantes de drogas e pela apatia do cartão postal. Com maestria de um ficcionista nato, Henry Chalu Barbosa, ao engendrar tramas variadas, constrói uma narrativa de fôlego para criar um suspense atípico - uma história simples que vai adquirindo complexidade à medida que se alimenta da imbricação das diversas situações perigosas vivenciadas pelos personagens, em uma trama globalizada. Apesar da narração distanciada em terceira pessoa, o narrador, na sua posição privilegiada, vai tecendo, ao longo do livro, uma intriga composta de perseguições implacáveis, de um seqüestro cinematográfico e de outros lances de tirar o fôlego do leitor.