Um encontro entre corpos. Corpos na terra. Corpos em rios. Ruas, cidades, barcos, trilhas, roças. O corpo em brincadeira, em saltos, esconderijos, camuflagens. O corpo em trabalho, no cotidiano, na lavoura, na festa, na presença da câmera da pesquisadora. Um corpo coletivo, fruto de uma cultura, mas também singularidade advinda de cada olhar, de cada processo individual de apropriação do mundo. "Vaie- vem" - captar o mundo, assemelharse nele e fazer surgir um mundo, uma cultura. Projeções do humano e da sociedade expressam-se nesses corpos, manifestam-se as fricções, tensões, fluências, lapsos e suspensões de diferentes agenciamentos. Essa é a trama na qual se insere a reflexão da autora. A escrita, de inspiração etnográfica, foi gestada e nasceu do convívio de cerca de três anos com as comunidades de remanescentes quilombolas em Praia Grande e Brotas, SP. Do encontro entre esses corpos, frutos e sujeitos de uma cultura, de uma educação, nasce o presente livro - um mergulho no tema da importância da experiência corporal na formação do humano.