Escrita em 2015, Os que ficam é um diálogo teatral com Augusto Boal. Inspirada em fragmentos da peça Revolução na América do Sul, de 1960, e em escritos pessoais como a autobiografia Hamlet e o filho do padeiro, esta dramaturgia da Companhia do Latão apresenta um grupo de artistas de teatro que ensaia a peça de Boal na década de 1970, momento em que a repressão estava cada vez mais sufocante. A partir desse núcleo temático, o texto discute a censura, a violência da ditadura, a necessidade de sobrevivência econômica, o apelo ao trabalho na televisão, o exílio de autores e, mais profundamente, a resistência da cultura contra os interesses do capital.