Por mais delicado que seja o passado de uma criança ou adolescente em vulnerabilidade social, sua história precisa ser ouvida, conversada e compreendida por quem deseja ajudá-los. Quando a criança ou o jovem é respeitado em sua singularidade, encontra a possibilidade de confiar no outro e consequentemente sente-se mais confiante. Ao sentir-se confiante, encontra a aousadia para mudar sua vida. A escrita da própria história tem a capacidade de funcionar como bálsamo libertador de mágoas, dores e ressentimentos e, ao mesmo, tempo revela qualidades e fortalezas antes desconhecidas ou até desvalorizadas pelo menor. O autoconhecimento gerado pela escrita , aos poucos elimina pontos obscuros de dores, fato que confirma, na prática , o pensamento da filósofa alemã Hannah Arendt: Toda dor pode ser suportada se sobre ela puder contada uma história. Enfim, histórias mudam histórias.