Para uns, Filipe Salvador é um sobrevivente. Para outros, um herói. Nascido em Negage, no norte de Angola, em 1960, sobreviveu a duas guerras, a um atropelamento na Bahia e a um acidente de carro no Rio de Janeiro. Após uma infância e adolescência difícil na África, foi salvo pela arte. Graças a sua habilidade com tintas e pincéis, estudou na Europa e fez carreira no Brasil, onde em pouco tempo alcançou o reconhecimento e constituiu uma família. Dono de um estilo chamado de redismo ou movimento, seus quadros tem as teias como marca registrada. Em 1993 criou a Associação Casa do Artista Plástico Afro-Brasileiro (CAPA) e, em 1995, 1º Salão Nacional Zumbi dos Palmares no Museu de Arte Moderna do RJ. A história de Filipe se confunde com a de Angola, do Brasil e do desenvolvimento da arte nos dois países a partir de guerras e ditaduras.