O livro de Wilton Garcia analisa o discurso fílmico de Peter Greenaway, evidenciando a complexidade de sua trama intertextual de deslocamentos e condensações. As imagens formulam um corpo de adjetivos pluridimensionados: são figuras de linguagem que num jogo poético ultrapassam a condição de metáforas e metonímias ao explodirem entre hipérboles, sinestesias, sinédoques e paráfrases. O trabalho estético de Greenaway integra-se numa linha de sensibilidade artístico-conteporânea. A profusão de paródias, a forma labiríntica de compor a narrativa cinematográfica e o envolvimento do espectador se diversificam ao longo de cada enredo desenvolvido pelo diretor. Esse atento estudo de Wilson Garcia capta a utilização desses recursos e mostra como tudo na obra de Greenaway é montado para parecer devaneio.