Fora de catálogo há decadas, a Biblioteca Azul lança nova edição de O tempo deve parar, romance de formação escrito por Aldous Huxley. A obra, escrita durante a Segunda Guerra, percorre sobre os dilemas de um jovem na Europa do início do século XX, a ascensão do fascismo e os conflitos ideológicos emergentes. Ao mesmo tempo, é uma sátira da alta sociedade inglesa e seus jantares de gala. O tempo deve parar é a história de Sebastian Barnack, um jovem inglês aspirante a poeta que vai passar as férias de verão com seu tio em Florença. Ao entrar em contato com um novo universo, ele se depara com grandes obras de arte e se vê apaixonado por uma mulher mais velha. Seu aprendizado neste período passa pelos ensinamentos de dois mestres bem distintos: Eustace, seu tio, um ateu convicto que o apresenta aos prazeres profanos da vida; e Bruno Rontini, um vendedor de livros italiano que o introduz ao caminho da espiritualidade e o ajuda a resolver um crime. Entre duas visões diferentes de mundo, o jovem Sebastian vai enfrentar um dilema ético, tendo como pano de fundo a ascensão do fascismo e o conflitos ideológicos do início do século XX. Um romance de formação gênero que produziu obras célebres na história da literatura sobre a constituição dos valores morais e da espiritualidade de Sebastian Barnack, este livro prefigura alguns temas que viriam a surgir em livros posteriores de Aldous Huxley, principalmente em A filosofia perene. Entre quadros de Degas, sessões espíritas e roupas de gala, O tempo deve parar é também um registro da ascensão dos regimes totalitários sob o ponto de vista de um jovem idealista que, aos poucos, vê sua inocência se desvanecer. O livro compõe o quadro de obras de Huxley em que a ficção percorre a investigação filosófica do mundo, em que a formulação das ideias e a criação ficcional caminham lado a lado.