Em seu mais novo livro “Garrafas ao Mar”, a mineira Adriane Garcia constrói pedidos de socorro através de versos e lançados à revelia, ainda que, obter respostas, em si, não pareça ser o objetivo: Garcia confia à Poesia, em seu poder, não terapêutico, mas terrenamente divino, a missão de guardar as memórias e desesperos de uma sociedade perdida. Seus poemas, seguindo o estilo característico já apresentado em suas obras anteriores, são de versos curtos, livres, de linguagem coloquial, porém, nem de longe simples. A autora continua com suas técnicas quase cirúrgicas de utilizar poucas e certeiras palavras para sangrar o alvo, dando ao leitor, portanto, a oportunidade única de demonizar as próprias questões, conseguindo, dessa forma, igualmente escrever em suas próprias garrafas e jogá-las ao mar –sem a espera limitadora de uma resposta concreta. Com o magnífico prefácio do escritor Alberto Bresciani, este livro vem para nos ajudar a ter experiência catártica de lançar ao Infinito todas nossas questões existenciais.