Preconceito e alienação, sensibilidade e violência num romance que atinge, pouco a pouco, as cordas mais profundas do coração. Contra o pano de fundo da primeira guerra do Iraque, mas abordando espectadores aparentemente distantes do conflito, O Deserto de Jasira revela as raízes do desejo e as faíscas da intolerância racial. Corre o ano de 1991 e Saddam Hussein acaba de invadir o Kuwait. A entrada dos Estados Unidos na guerra parece iminente. Enquanto isso, em Houston, Texas, a jovem Jasira é chamada na escola de cabeça-de-toalha, negra de areia e jóquei de camelo. Descendente de árabes e irlandeses, ela mora com o pai, um libanês que trabalha para a Nasa. De temperamento explosivo e com idéias rígidas e preconceituosas, ele mantém a filha sob um regime de medo, tornando indistintas para ela as fronteiras entre o sexo e o amor. Negligenciada e solitária, ela atrai os olhares do vizinho, um militar da reserva cuja falta de escrúpulos só é ombreada por seu patriotismo fervoroso. Entre os dois se estabelece um jogo de lances perigosos e conseqüências imprevisíveis, em que a pureza se mistura à obsessão sexual, a mentira à desilusão.