Grande parte da humanidade ainda receia a passagem pelas portas libertadoras da chamada morte: como pássaros engaiolados, temem deixar a prisão limitadora da matéria para alcançar a amplidão da vida maior, a exemplo de Frederico, o pássaro da fábula que inicia este conjunto de depoimentos verídicos sobre a realidade do Além. Poderia ser uma coletânea de contos, mas, na realidade, são histórias de diversos espíritos que narram sua chegada ao outro lado da vida, nas mais diversas condições, reflexos da semeadura cármica das últimas existências na matéria. É também um desfile da galeria das paixões humanas. O médico nazista, o rico, o mendigo, a moça que cuidava de gatos, o operário do matadouro, o índio da Amazônia, a jovem tetraplégica, o general e o soldado, retratam na diversidade de experiências e relações o rol dos afetos, temores, viciações e fraquezas que tecem a condição humana neste planeta. [...]