John D. Fage, que foi professor de História na Universidade de Birmingham e diretor do Centro de Estudos da África Ocidental dessa mesma universidade, dedicou quase toda a sua carreira acadêmica a estudar as fontes documentais. A sua capacidade analítica e de síntese permitiu-lhe escrever num único volume uma história dos reinos, povos e civilizações do continente africano numa perspectiva que abarca a aparição dos primeiros homens, a evolução da agricultura, da pecuária e da metalurgia, fatos que tornaram possível o desenvolvimento de amplas sociedades. A obra analisa, também, o impacto das duas maiores influências externas que se verificaram no continente africano: o cristianismo e o islão. O texto aborda ainda, e com grande acuidade, o crescimento de um sistema comercial mundial dirigido pelos europeus ocidentais – enfatizando a forma como os africanos adaptaram as suas próprias sociedades de modo a colher todas as vantagens destas influências. Realce para a história da expansão europeia – e, neste âmbito, de um tema intrinsecamente ligado ao continente, mas que o extravasou, a escravatura – e para a análise do sistema colonial imposto em África, à partilha do continente e às razões que levaram ao fim dos impérios coloniais. A obra foi atualizada por William Tordoff, colega de John D. Fage, devido ao falecimento deste, culminando a análise no ano 2000. A concluir, um Posfácio de Ricardo Soares de Oliveira – doutorado em Relações Internacionais pela Universidade de Cambridge e professor de Ciência Política e Estudos Africanos na Universidade de Oxford – que esboça a evolução do continente na última década e analisa as tendências de evolução que se perspectivam. Nota à Presente Edição Aceitei com prazer o convite de John Fage para rever os capítulos finais do seu esplêndido livro História da África para uma 4.ª edição. Infelizmente, problemas de saúde impediram-no de empreender ele mesmo essa tarefa. Ao rever o capítulo 18, atualizei o texto e acrescentei novo material, mantendo o formato original; o fim dos anos 80 continua a ser a data-limite. No lugar do post-scriptum acrescentei um novo capítulo 19 para relatar e analisar os acontecimentos políticos, económicos e sociais a partir de 1990.