A cidade é, talvez, o elemento mais abrangente do momento contemporâneo. Sua presença é marcante nas cores, nos ruídos, na presença do outro a nos tocar, empurrar e submeter. Seu desenvolvimento se dá para além dos aspectos físicos, pois a cidade é um emaranhado de idéias, aspirações e utopias: é a paisagem de sonho que cada um acalenta em segredo. Susana Gastal mostra que essa cidade do imaginário alimenta-se de algumas matrizes, entre as quais destacam-se a praça, o palco e o monumento. A praça, que nasce do estar-juntos por razões políticas ou comerciais, traz consigo o lúdico e a festa. O palco segue uma trajetória semelhante, pois a cidade impõe o olhar e o ser olhado. A relação com o tempo é mais complexa, já que este deixa marcas profundas na cidade, tornando-a depositária da História e da memória, na forma de monumentos. A reflexão presente nestas páginas, organizada em torno da chamada pós-modernidade como eixo de análise, busca entender o fenômeno urbano na sua feição atual. Da perspectiva aqui proposta, a pós-modernidade liga-se à semiótica, que permite ler a cidade como texto, cuja construção de sentido se dá nas suas formas concretas e materiais, mas também no seu imaginário.