O filósofo francês Michel Onfray está acostumado às críticas dos puristas. Afinal, ele luta para que a filosofia passe a encarar o corpo por inteiro. Ao falar de gastronomia, um de seus assuntos preferidos e tema de "A razão gulosa - Filosofia do gosto", ele faz uso de todos os sentidos, incluindo, obviamente, o paladar e o olfato, discriminados por muitos dos colegas, que preferem enfatizar a visão e a audição, ao discorrerem sobre pintura e música, assuntos considerados mais dignos. Através de uma agradável visita às mesas de várias épocas, o autor derrama sobre nós camadas de conhecimento, sob uma nova ótica. Presta um tributo a Dom Pérignon pela invenção do champanhe, fascina-se com a mágica preparação das aguardentes e celebra os banquetes do pai da crítica gastronômica, Grimod de La Reynière.