O diálogo inter-religioso não pretende tirar proveito de seu parceiro; extrair suas riquezas para se apropriar delas. Dominar a língua daquele que reza de outra forma, estudar seus textos sagrados e adotar seus comportamentos são atitudes que não significam necessariamente que o outro é respeitado em sua diferença. Essa aparente relação de empatia pode tornar-se uma arma para combatê-lo, e a amizade, um meio de mudá-lo para sua imagem. Na verdade, diálogo e assimilação se excluem mutuamente. O Cosmo dançante é o produto de um esforço desinteressado de conhecer o outro e de se tornar conhecido dele, o fruto de uma troca fundada sobre a hospitalidade e o respeito pela alteridade religiosa, e não a conseqüência de uma auto-suficiência ilusória e de uma utilização instrumental do outro. Nesse livro, Michael Amaladoss apresenta um quadro cristão no qual procura integrar uma visão advaítica do Real (Deus - os seres humanos - o mundo), assim como algumas técnicas simples de respiração e de meditação. Em seu conjunto, o próprio autor qualificaria essa abordagem de cristã-hindu (ou cristã-indiana).