Este novo livro de Jorge Damas Martins, pesquisador criterioso e consagrado por suas obras, é um justo tributo de reconhecimento à contribuição inestimável que César Burnier trouxe ao movimento espírita. Há muito tempo estávamos em dívida com esse, como ainda estamos com tantos colaboradores preciosos que dedicaram suas vidas como verdadeiros apóstolos da doutrina dos espíritos. César Burnier, injustificadamente esquecido do público espírita, é uma personalidade ímpar. Dotado de um rato magnetismo, marcou profundamente as pessoas com quem conviveu. Conhecia-o apenas pelos relatos do Hermínio Miranda e do Palhano Jr. Confesso que achava axagerado reconhecê-lo como o antigo líder da revolta dos escravos em Roma, ou como herói da unificação italiana, ou ainda como Danton, o grande revolucionário francês. Afinal, já são tantos os Napoleoes e Marias Antonientas reencarnados que me tornei naturalmente avesso a esse tipo de revelação. Na verdade, essas identificações tinham maior importância no imaginário que eu criara do que Burnier refletia na sua personalidade atual.