Esta obra pretende elaborar uma teoria da corrupção nas democracias contemporâneas. O campo político apresenta uma relação intrínseca com a questão da moralidade, de acordo com a discussão de valores e normas que o estruturam. Nesse sentido, a corrupção só pode ser compreendida como discurso, e, enquanto tal, possui uma natureza flexível e plástica que demanda uma compreensão mais abrangente dos valores do interesse público. A corrupção necessita ser discutida por um viés normativo e não se restringe ao seu caráter monetário, tão propalado no capitalismo contemporâneo, mas está ligada a uma discussão ética preocupada com as interfaces da moralidade política e sua experimentação na esfera pública.