Na psicanálise, o sujeito que é convocado a se dizer, é, por definição, em falta de identidade.Que sou? é a sua questão, mas, sendo somente representado por suas palavras, seu ser está sempre alhures, em outras palavras, por vir. Paradoxo, portanto: busca-se pela fala a identidade de um ser que não é identificável na fala. Não importa que ele tenha um corpo e que seja tomado por distúrbios que a psicanálise, de Freud a Lacan, identificou muito bem. E, não por acidente, nomeia-se como repetição e sintoma, deslocando a questão da identidade porque Um real aí está em jogo.