Todo ser humano – ainda que não seja um poeta ou um filósofo – é assaltado de uma maneira ou de outra pelos questionamentos da origem e do sentido da vida. Cabe, no entanto, ao cientista a explicação mais racional, ainda que seja apaixonada e poética. É esta a “missão” do professor inglês Richard Dawkins em “O rio que saía do Éden”. Cientista da universidade de Oxford, Richard Dawkins é considerado pelo mundo acadêmico britânico como o mais brilhante defensor contemporâneo de Charles Darwin. A concepção básica de Darwin, de que todo ser vivo é um veículo de informação, portador de genes cujo objetivo é a auto-reprodução e a propagação do próprio ADN, é a “nascente” deste rio de histórias envolventes sobre esta “extravagância barroca” chamada vida. Das particularidades do mundo das abelhas e das orquídeas aos ancestrais humanos, o “rio” de Richard Dawkins percorre explicações surpreendentes, às vezes fantásticas, para o fenômeno desta “bomba de replicação” a partir de uma citação de Piet Hein: “A natureza, assim parece, é o nome popular / Para milhares e milhares e milhares / De partículas jogando o seu jogo infinito / De bilhares e bilhares e bilhares.”