Em Jerusalém existe um lugar chamado Jardim dos Justos, onde se plantou uma árvore para cada pessoa que durante a Shoah salvou da perseguição nazista ao menos un judeu. Quem o idealizou foi Moshe Bejski, transformando seu destino num exemplo universal. Perseguido pelos nazistas durante a invasão da Polônia, encontrou pelo caminho Oskar Schindler, o empresário alemão que, enganando a SS, salvou a vida de centenas de judeus, como foi contado por Steven Spielberg no filme "A lista de Schindler". Escapando de Auschiwitz graças a ele, Bejski pagou o débito de gratidão para com seu salvador, conduzindo por muito tempo uma campanha, contrária à opinião majoritária, até que Schindler fosse homenageado, assim como muitos outros "gentios" que ajudaram os judeus a se salvarem, como un exemplo moral. Enquanto Simon Wiesenthal caçava criminosos nazistas, Moshe Bejski pôs-se ao encalço dos justos, deparando-se muitas vezes com a ingratidão dos sobreviventes. Na sua batalha em favor de pessoa que havia lhe devolvido a dignitade humana e de todos os justos que corriam o risco de serem esquecidos pela história, Bejski teve enfrentar una muralha ideológica, porque as istituções em geral adoram celebrar os heróis, os santos, os puros, mas são pouco propensas a prestar homenagens aos que são imperfeitos, contraditórios. O presidente do Tribunal do Bem, cuja vida reconstruída neste livro por Gabriele Nissim, intuiu, como talvez nenhum outro após a Shoa, o valor extraordinário da "memória do bem", que mostra as possibilidades de regeneração moral mesmo nos momentos extremos, que restitui às vítimas a esperança e a força para recomeçar, que representa a mais importante herança ética para novas gerações, a fim de que o mal possa ser combatido sempre que surgir na história."