O espaço fronteiriço da região amazônica se alterou com a atuação de empresas colonizadoras – ancoradas em programas governamentais – cujos projetos e intenções foram medidos por padrões do mercado mundial, redefinindo e apropriando territórios, vendendo sonhos, projetando cidades, planejando fluxos migratórios e direcionando as opções de crescimento e desenvolvimento da região. Com base numa ampla gama de fontes, cruzando fronteiras disciplinares e se propondo a investir teorias em fatos, este livro renova o complexo campo de estudos migratórios e agrários ao mergulhar na polifonia de Lucas do Rio Verde, cidade matogrossense criada no bojo das estratégias dos programas desenvolvimentistas do governo militar, entre 1970 e 1980. Ao colocar em relevo os dramas dos distintos personagens e as tramas que resultaram na (re)construção social e simbólica daquele território, Betty Rocha busca evidenciar a relação de interdependência entre migração e desenvolvimento.