Com aguda sensibilidade para os múltiplos sentidos que podem ser extraídos dos detalhes mais insignificantes de uma existência, Telles nos oferece neste livro vinte textos curtos, de características variadas. (...) Alguns são narrativas no sentido tradicional da palavra, ordenadas com começo, meio e fim, e uma certa tensão dramática, conduzindo a atenção do leitor. (...) Outros são pequenas crônicas, fragmentos, flashes do tempo perdido como o belo “Mesa” ou o comovente “Um Bilhete de Amor”. São descrições com alto poder de condensação que não precisam contar uma história para se justificar. Maria Rita Kehl Sérgio Telles sempre se apoia no personagem como metáfora, cujas ações e comportamentos, bons ou maus, servem apenas para complementar sua versão aparentemente irônica do tema da sobrevivência do mais forte. De fato, Peixe de bicicleta gira em torno desse inesgotável problema.