Este livro é o resultado de uma pesquisa empírica sobre fadiga de compaixão com trabalhadores da saúde e defesa civil. A Fadiga por Compaixão é definida por Figley (1995) como uma síndrome que atinge os profissionais da ajuda/socorro por trabalharem diretamente com uma clientela em sofrimento. Possui como características um estado de exaustão biológica, psicológica e social que tem como elemento central a prática da compaixão. Prestar cuidados pode levar estes profissionais, aqui denominados profissionais de ajuda/socorro, a se deparar com o medo, dor, sofrimento que emergem dessa relação entre o profissional e o assistido, onde a dor do assistido passa a ser vivenciada pelo profissional de ajuda/socorro, em um processo que pode ser denominado de contágio emocional. Desta forma, o profissional que atua com o cuidado está sujeito ao cost of caring ou custos de cuida, ou seja, estão expostos a estressores decorrentes da proximidade com agravos físicos, psíquicos ou materiais, e ameaças a integridade física e mental. Os principais riscos são de sofrimento psíquico e físico, distúrbios relacionados ao álcool/ drogas, Síndrome de Burnout e a Fadiga por Compaixão. Estão inseridos nessa categoria os profissionais de saúde mental, advogados, defensores das vítimas, assistentes sociais, juízes, médicos e pesquisadores.