Em 'O cachorro que jogava na ponta esquerda', Luis Fernando Verissimo deixa de lado os estádios, as copas, os passes e os cartolas para contar a história de um time de futebol de várzea dos menos profissionais. O Nosso Time não tinha camisa, hino, nem 11 homens. Só sete - isto é, se Canhoto, o cachorro do título, for contado como um. Mas esse time de pernas de pau vai enfrentar a partida de suas vidas quando desafiam os gêmeos Moreirinha e Moreirão, donos do organizado, uniformizado e profissional Universal Futebol e Regatas. Na preparação daquela partida, que vai morar para sempre na memória daqueles seis jovens (e do cachorro, quem sabe), são apresentados Roberto Saveiro Trota, o goleiro de penteado inflexível; Cascão, armador que devia a precisão de seus passes à sujeira que se acumulava nas canelas; Orlandinho, o técnico que ninguém ouvia, e Sombra, o único que realmente jogava bola, mas que ninguém sabia onde morava e tinha o grave defeito de só aparecer para jogar quando lhe desse na telha. Durante a partida contra um time maior, com um juiz vendido, vai valer de tudo para ganhar - chantagem, cócegas e até o inesperado passe de um jogador de quatro patas.