Na forma de histórias em quadrinhos, André Toral traça um painel sobre o contato, quase sempre violento, entre brancos e indígenas ao longo da história do Brasil, desde o século XVII até os dias atuais, e resgata as soluções de sobrevivência encontradas pelos povos originários. Aqui, eles não são as vítimas ou perdedores, mas sujeitos e protagonistas de suas próprias histórias, algumas vezes narradas em primeira pessoa. Além de um quadrinista cultuado, André Toral é antropólogo de formação e trabalhou por 30 anos com grupos indígenas brasileiros, como indigenista, pesquisador ou consultor de projetos. É nessa experiência que ele baseia seu trabalho, que, por vezes, ganha o tom de relatos etnográficos em quadrinhos. Em nove histórias, criadas entre 1991 e 2010, o álbum aborda temas como antropofagia, xamanismo e feitiçaria em narrativas ficcionais que retratam a realidade das aldeias e a luta pela terra. Do mesmo autor de Holandeses (Veneta, 2017).