Após mais de três décadas de ausência, o livro Parabélum, de Gilmar de Carvalho, volta às livrarias , em segunda edição pela editora Armazém da Cultura. Considerado um dos mais expressivos romances publicados na década de 70 no Ceará, Parabélum resgata uma legendária galeria de mitos, ídolos, deuses e heróis nordestinos que, aos olhos de hoje, em sua explosão de desobediência e inconformismo provoca surpresa. É o que pensa o escritor João Silvério Trevisan em sua apresentação do livro, por entender literatura como uma forma de desassossego. Através da utilização de métodos ficcionais revolucionários, com este romance, Gilmar de Carvalho alcança sua melhor expressão criativa, e com o qual nos convence haver descoberto todos os possíveis horizontes a serem palmilhados pela sua depurada linguagem. Professor do curso de comunicação Social da Universidade Federal do Ceará e pesquisador das tradições populares, Gilmar de Carvalho publicou também, como obra literária: Pluralia tantum (crônicas e prosa poética, 1973); Orixás do Ceará (teatro, 1974); Restos de munição (crônicas, 1982); Buick frenesi (contos, 1984); e Pequenas histórias de crueldade (contos, 1987). Segundo Trevisan, Gilmar de Carvalho tece neste livro a mitologia de um nordeste imerso nas contradições entre o arcaico e o moderno, numa espécie de superação de Os Sertões, de Euclides da Cunha. "O leitor que mergulhar nesta aventura descobrirá que foi escolhido para uma das mais radicais experiências da literatura brasileira contemporânea". Para o leitor exigente e cultivado, a experiência da leitura de Parabélum é maravilhosa, segundo a escritora Ana Miranda. O livro é transformador e inesquecível. Romance da formação de um povo. A história de um homem que partiu "sem rumo e sem retorno" numa "odisseia de noites incontáveis", e que acaba encontrando a si mesmo.