As fotos deste livro cumprem não apenas a função de suporte imagético para o espaço ficcional de Guimarães Rosa, desvelando-nos uma natureza plena - veredas estuantes de vida, a verticalidade quase sagrada dos buritis, "as fortes águas" do São Francisco, casas sertanejas na sua exata singeleza - , mas também mostram o cerrado calcinado em vias de se transformar em pasto, veredas violentadas, suas águas estancadas para irrigação da grande monocultura(soja, eucalipto, capim), homens e mulheres em risco de desculturação e desraigamento. O mergulho de Germano Neto nesse universo não foi á cata do pitoresco e do cartão-postal, mas um movimento de comunhão produnda e de compromisso com os homens do sertão e seu mundo, em toda sua rascante beleza, força e fragilidade: apontar é denunciar.