O presente livro estuda o lirismo da infância e da morte em Manuel Bandeira, a partir da relação entre experiência, linguagem e sentido, com o propósito de configurar um novo olhar, sobre esse temário, que serve de fio condutor e estrutura sua Estrela da vida inteira (1966). Os conceitos de infância e de morte, explorados por Giorgio Agamben, nos livros Infância e história (2005) e A linguagem e a morte (2006), são amplamente favoráveis para o entendimento da poética da infância, em Manuel Bandeira, como um tipo de discurso que recupera a ideia de experiência na atualidade, por assinalar o limite entre uma experiência muda e uma experiência da língua; do mesmo modo, a morte traz implicações referentes à negatividade, como uma brecha pela qual o autor perscruta o sentido de sua lírica e o "desentranha" das incrustações provenientes do mundo reificado, por estar em defesa da linguagem não contaminada pelos cerceamentos que refreiam a preservação da criatura e o dado originário das coisas.