O que leva artistas a criar obras-primas e cientistas a desenvolver teorias revolucionárias? A criatividade é um reflexo da neurose ou ela surge a partir de um desejo de poder, riqueza, prestígio ou conquista sexual? O psiquiatra Anthony Storr analisa o mecanismo da criatividade e o ser criativo a partir de uma crítica das teorias freudianas. Sustenta que, em vez de um instrumento escapista - uma fuga para a fantasia, como defendeu Freud -, a atividade criativa é uma poderosa ferramenta de adaptação. Para Storr, a criatividade é diferente de uma enfermidade estrutural de personalidade: uma pessoa pode ter uma psicopatologia maníaco-- depressiva sem estar clinicamente enferma pelo fato de usar sua capacidade criativa para controlar seu mundo interno, isto é, como uma maneira saudável de lidar com essa psicopatologia. Em "A dinâmica da criação", são apresentados os motivos e condições que levam a atividade criativa a se manifestar. Nas palavras do autor, "talvez a criatividade esteja mais estreitamente associada ao que poderia ser chamado de 'dinâmica do normal' do que à psicopatologia, e talvez uma das fraquezas do pensamento psicanalítico atual seja o insucesso em estabelecer uma distinção suficiente entre o que é neurótico e normal tanto no terreno da criação quanto em outros contextos".