Felipe Fortuna é poeta, ensaísta e diplomata. O Rugido do Sol, nova reunião de poemas, é o seu décimo quinto livro: nele, assim como aconteceu em Taturana (2015), a poesia visual é explorada não apenas em seus aspectos formais, mas também nas dimensões da política e do humor. O poeta faz uma refinada interpretação dos acontecimentos mais impactantes do momento, como em “O Terrorismo”, ao traduzir de modo sintético as imagens de violência e de absurdo que são transmitidas diariamente por todas as linguagens eletrônicas. O mesmo vigor poético e crítico está presente quando se vê um interruptor que, com simples comandos de on e off, pode provocar uma explosão catastrófica no planeta. Tudo, em O Rugido do Sol, é tema de poesia, sem jamais resvalar para a obviedade ou para o lugar-comum: a mudança climática, a corrupção, a mania das selfies.