odemos dizer que, em Ninguém acendia as lâmpadas, há um protagonismo de objetos e elementos inanimados. Eles gravitam pelas histórias e ganham papéis importantes nas tramas, como se tivessem uma vida secreta. Temas como nostalgia e sonhos se destacam e, muitas vezes, a realidade é fantasiada e distorcida pelos personagens excêntricos. Existe uma delicadeza, uma mágica, uma força estranha entre eles. Não é incomum que os objetos apresentem características humanas, como se tivessem alma. Nestes contos, o cotidiano e o sonho coexistem, rompendo com tudo aquilo que encaramos como normal. A penumbra e a luz sob objetos e cenários são descritos recorrentemente nas narrativas e corroboram para a sensação de mistério que existe nas histórias.