O que esperar dos governantes e como dar voz aos interesses da sociedade do século XXI, moldada pelo fluxo dialógico da informação, que grita pela inclusão de sua voz como aspiração democrática e ainda vai além: exige políticas públicas eficientes, exige transparência dos governantes, exige controle. A legitimidade democrática conquistada pelo modelo clássico de representação política já não satisfaz. É a partir de uma perspectiva dinâmica de legitimidade representativa que a obra propõe uma discussão teórica mais densa sobre os desequilíbrios e disfuncionalidades das instituições tradicionais, sob o marco de uma democracia inclusiva, de exercício contínuo. As instituições se apropriam da tecnologia da informação para ampliar e dar velocidade à comunicação vertical, nos moldes do século XX, enquanto a sociedade do início do século XXI interage com uma linguagem nova, distinta e horizontalizada. A construção desse debate, alicerçado pela teoria política, é decisiva para reestruturar o sistema de controle da Administração Pública. De modo inovador, a obra propõe um pacto de partilha das instituições de controle com a sociedade da desconfiança, sob a forma do sharing control. Um controle exponencial, alargado pela sua dimensão substantiva, que passa a exigir dos governantes não somente a clássica Responsabilidade Financeira, Orçamentária e Patrimonial, mas uma nova dimensão, a da Responsabilidade de Governo. Um controle preocupado não apenas com os números, mas com o que eles representam, contribuindo para que as políticas públicas possam se traduzir em um bem-estar ético e sustentável.