Há uma forte tendência da historiografia brasileira a confinar os conflitos entre Igreja e Estado no Brasil aos episódios relacionados à chamada “Questão Religiosa”, na década de 1870. Nesta ocasião, o governo imperial viu a autoridade que lhe era conferida pelo regime de Padroado desrespeitada pelos bispos de Olinda e de Belém do Pará. Esta coletânea estende a análise das relações entre a Igreja e o Estado para o período republicano; e enfoca também a “questão religiosa no Brasil republicano”. A importância do tema fica realçada quando consideramos que as disputas ideológicas e políticas que acompanham o processo de secularização das instituições políticas no Brasil, na passagem do Império para a República (virada do século XIX para o XX), afetam as políticas públicas em várias áreas de atuação do Estado brasileiro (Educação, Assistência Social, Assistência médica e Justiça). O livro procura responder por que uma sociedade com prevalência do autoritarismo, sustentada por um Estado institucionalmente autoritário encontra difi culdades no desempenho de políticas públicas cruciais (especialmente na Educação e na Saúde).