Nascido em 1986 ano do lançamento de importantes álbuns do rock nacional , o disco Cabeça Dinossauro foi um marco, tanto para a cena musical quanto para os próprios Titãs. Em sonoridade, temática, estilo. A crítica social pautando as faixas, já não pela primeira vez. A pluralidade, fruto da natureza investigativa da banda, é jogada na nossa cara: rock, punk, funk, reggae. Estilos diferentes, mas com marcas reconhecíveis. Os backing vocals, gritados e precisos, pontuando as faixas, por exemplo, mostravam uma personalidade, mesmo que escoando para diversos lados; prova de que, independente da expressão, quando existe verdade, de uma forma ou de outra, ela acaba nítida na obra. Não é mero acaso, portanto, que aqui você se depare com estilos conflitantes, linguagem menos ou mais fluida, agres¬siva ou lírica, afetuosa ou antipática. Às vezes direta. Às vezes difícil de entender. Cada um por si e Deus contra todos Cabeça Dinossauro, o livro é uma publicação tributo, escrita por treze autores de diferentes estilos, todos em alguma medida afetados por esse disco, que comemora 30 anos em 2016. Absurdo e niilismo em Bichos escrotos. Aqui, é reggae; ali é punk. Ou maracatu. Violência de Carnaval em Cabeça dinossauro. AA UU e as relações trabalhistas. Experimentalismo ou não. Igreja numa levada de diário pessoal. Um terreiro de candomblé para falar de Polícia. Sexo em A face do destruidor. Raiva, humor e afeto. Tudo no mesmo pacote.